domingo, 16 de maio de 2010

Beco dos Cocos




Ações culturais integram cada vez mais o dia a dia da capital sergipana. A valorização do patrimônio material e imaterial da cidade torna-se assunto freqüente entre gestores, artistas,estudiosos e jovens antenados com as demandas culturais da atualidade. Nesse contexto, mecanismos que dinamizam a cultura local, começam a ser constituídos.

É ali, no irreconhecível Beco dos Cocos, entre a Praça General Valadão e o Mercado Talles Ferraz, que encontramos uma demonstração dessa nova realidade. Esse espaço; antes marcado pela ação da marginalidade, prostituição e falta de higiene; hoje experimenta uma nova fase. Aquele aspecto sombrio do Beco ganha cores e arte, estampadas nas paredes dos velhos casarões.
A revitalização do Beco dos Cocos foi impulsionada pela Prefeitura de Aracaju em parceria com estudantes e artistas da cidade. A data que marca este feito é 29 de setembro de 2009, quando também acontecia nas ruas do centro da cidade as atividades da Semana Nacional de Trânsito.

Esta “pequena-grande” revolução gerou expectativas positivas para artistas, comerciantes e todos aqueles que se disponibilizaram durante esse processo de recuperação do Beco.

Vivência artística e reflexão

Para quem participou da iniciativa, fica a satisfação e a espectativa de que a ação tenha continuidade.


“Essa já é um necessidade de muito tempo atrás. Sergipe é carente de artes nas ruas. Coisas assim são muito ricas como experiências para os artistas e como vivencia cotidiana da cidade com a arte. Acho que deveriam ser estimuladas ações como essa em cada bairro. Espero que essa realidade se concretize e se reafirme cada dia mais,” reflete o artista plástico Alfi Gristelli, que participou das intervenções realizadas no Beco dos Cocos.

Muitos artistas que participam desse processo confirmam a importância do novo sentido que o beco ganha. Chagas, artista que também realizou uma intervenção no espaço, afirma, dentre outras coisas, que “foi uma oportunidade de poder interagir com o centro da cidade, de trabalhar de forma agrupada com os elementos característicos da rua, como é o caso da arquitetura dos prédios daquela rua que já se encontram bem deteriorados pela ação do tempo”.

O local vem se caracterizando também como uma vitrine alternativa para as bandas locais que ainda são carentes de espaços para divulgar seus trabalhos produção.

Missão Coletiva

Sob a coordenação do Coletivo do Beco, grupo formado por entusiastas do desenvolvimento cultural da cidade, uma série de ações passaram a ser realizadas semanalmente. O trabalho do grupo conta com a adesão de artistas que se apresentam voluntariamente. Música, teatro, dança e artesanato se agregam, dessa maneira, à programação do evento “Sexta no Beco”, que proporciona à população uma opção de lazer gratuita.


Apesar das dificuldades para realização do evento, a Sexta no Beco persiste, agora quinzenalmente, e proporciona reflexões sobre o fazer cultural na cidade. “Como é difícil manter uma ação auto-sustentável, só com troca de serviços. Mas o importante é fazer a cadeia produtiva da cultura continuar em movimento”, reflete Edézio Aragão que integra a equipe do Coletivo do Beco.

De acordo com Aragão, o próximo passo para o Coletivo do Beco é promover uma ação permanente, que inclusive já está sendo articulada. Ele afirma ainda que, através de diálogos com comerciantes e com a Secretaria de Saúde, localizada naquela área, o Beco dos Cocos pode ser potencializado enquanto espaço cultural.

A Sexta no Beco já possui um público cativo, que cada vez mais se integra à missão do novo espaço cultural da cidade, o que leva os organizadores a buscarem a ampliação das atividades. “O próximo projeto do Coletivo do Beco é a estruturação de uma feira de escambo de arte no Beco, sempre aos sábados nos períodos da manhã e da tarde”, afirma Aragão.



*Texto e fotos:  Morgana Barbosa
 

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